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sexta-feira, 5 de junho de 2015

Carta aberta ao meu personagem preferido: Dom Casmurro

[FlickR @ Michel Melamed]

Olá, meu velho amigo...

Já deves saber o porquê de te escrever. Li teu livro. Embora tua história seja - como diria o agregado - banalíssima, como uma novelinha, vê que não estou a desmerecê-la: é encantadora. Imaginei-me vivendo todo aquele amor juvenil, todo aquele turbilhão de emoções.

Eu sei como é. Também vivi amores assim, um juvenil e outro mais maduro, e é ter o coração explodindo no peito, por felicidade ou dor.

E sei que a amaste até o fim dos teus miseráveis dias, porque senão não havia motivo para teres escrito tal livro.

Fizeste bem em tê-la vivido intensamente. Não fizeste bem em ter vivido intensamente o ciúme. Entristeceu-me perceber que acabaste com toda aquela beleza e tornaste casmurra tua vida.

Penso que foste burro. Poderia chamar-te de idiota umas mil vezes, vezes mil.

Acredito que Capitu tenha te amado até morrer, bem como teu filho Ezequiel. SIM, TEU FILHO - tenho a plena certeza de que era teu. E daí se ele não se parecia contigo? Naturalmente, herdou a beleza da mãe.

Não que eu não te achasse bonito; para dizer a verdade, me encontrei apaixonada por ti, mas também por Capitu, ela era magnífica.

Não vejo como Capitu não seria apaixonada por ti. A menos que o ciúme tenha corroído seu sentimento. Entenderia-a, pois abomino o ciúme em excesso, porém rejeito essa ideia. O ciúme não foi capaz de matar seu amor, mas foi capaz de envenenar o teu.

Pura tolice! Orgulho estúpido! Tinhas o amor e a felicidade e, por escolha tua, rejeitaste. Sei que já deves ter sido picado pelo bichinho do arrependimento, contudo, não foi o suficiente para quebrar tua maldição de levar até o fim essa casmurrice.

Fico tristíssima por ti, por ter levado esta vida. Mas também por mim, por meu amado, estávamos a seguir esses passos, assumindo oras o papel de Dom Casmurro, oras de Capitu; todavia, o que envenena é o egoísmo e o orgulho. Eu o amo. E é por isso que sei que Capitu te amou. Com pesar, já tenho o desfecho da peça. E, no fim de nossas vidas, já encasmurrados, talvez eu (ou ele) escreva sobre nossa grande e banal história de amor.




Esse post faz parte da blogagem coletiva do Círculo Secreto das Bruxas Blogueiras, um coven secretíssimo que reúne só as mais poderosas bruxas da antiga blogosfera. Fique de olho nos blogs participantes. Corvos estão voando e cartas estão sendo entregues.

terça-feira, 19 de maio de 2015

30 Letters: A deceased person you wish you could talk to


[Instagram @ Luxferia]

Você lembra disso? Mesmo depois de tantos anos, ainda tenho o baralho de Magic que você me deu. Sempre que penso em Magic, penso em você. Você me ensinou a jogar. Não lembro mais como se joga, mas guardei-o com carinho, pois é uma lembrança concreta sua. Você foi meu primeiro namorado e marcou uma fase boa da minha vida.

Gostaria de ter alguma foto nossa daquela época. Foram quase 2 anos, até que começarmos a namorar.

Será que você, de vez em quando, sem querer, pensava em mim, assim como eu pensava em você? Sempre guardei um carinho por você em todos esses anos e sempre guardarei.

Até cheguei a desenhar um personagem inspirado em você. Comecei a gostar de Tenchi Muyo por sua causa. Era apaixonada pelo Tenchi e pelo Youta porque tinha te projetado neles.

Lembro até hoje do seu telefone, era um número ridiculamente fácil. Por muitas vezes, tive vontade de te ligar, só para dar um oi, saber como estava sendo sua vida. E vontade de te ligar nos seus aniversários. Nunca esqueci seu dia.

Se lembra quando nos conhecemos? Neste mês, fez 14 anos, ainda sei a data. Tinha escrito num diário. Foi no passeio do colégio para Petrópolis. Amo esse lugar principalmente por causa desse dia. Foi quando me apaixonei por você.

Lembrei que, num outro diário, era para você ter me escrito uma dedicatória, e você fez um pedido de namoro.

Lembra da vez que te dei um perfume, "One of Us", d'O Boticário de aniversário, com um cartão? Era ótimo, principalmente quando o cheiro dele passava de você para mim, sem querer. Fiquei um bom tempo guardando dinheiro, ainda nem namorávamos.

Sempre que eu saía mais cedo do colégio, ia correndo para sua casa para aproveitar esse tantinho de tempo. Em uma dessas vezes, brincamos de cosquinha (ou algo do tipo) e acabamos debaixo da mesa. Você havia me prendido e ficamos um tempo calados, olhando um para o outro, e você acariciou meu rosto. Achei que me beijaria naquele dia.

E da vez em que você estava deitado no meu colo, assistíamos a Dragon Ball e de repente a programação foi interrompida por causa do atentado às torres gêmeas. Naquele momento, só me interessava estar contigo.

Se lembra quando nos beijamos pela primeira vez? Era de tarde, estávamos no jardim do bloco 2. Você tropeçou (ou fingiu) e te segurei. Você me olhou bem nos olhos, como pudesse me partir em duas, de tão indefesa... Nossos rostos tão próximos...

A última vez que te vi foi na noite de um domingo frio e chuvoso de dezembro. Tínhamos 18 anos. Recém-solteira, sem amigos, eu precisava me distrair e estava com saudades, então tomei coragem e te liguei. Você atendeu. E topou encontrar comigo para bater papo mesmo se recuperando da pneumonia. Naquele dia, tive vontade de te beijar. Contudo, era ilógico, já que eu sabia que nunca voltaríamos. O tempo havia passado e já éramos outros.

E passou rápido demais. E abriu um abismo entre nós. Não queria que o tempo tivesse nos distanciado. Queria ter mantido uma amizade. Dói-me saber que isso nunca mais será possível. Saber que nem na mais remota possibilidade não nos esbarraremos por aí.

Sei exatamente onde te encontrar nesse momento, porém assim é de partir o coração. Preferiria que você estivesse por aí na sua moto ganhando o mundo, e vendo crescer e cuidando de seu filho. Só consigo pensar nele, em como ele deve estar sentindo a sua falta.

Eu te amei.

Sei que a morte faz parte da vida, é natural e é a única certeza que temos. Contudo, a maioria de nós não está acostumada com a ideia de que tudo acabará um dia, e de como a vida é frágil e, por isso, preciosa. Assusto-me, ainda mais se tratando de alguém jovem.

Ainda não consigo acreditar (nem aceitar) que você foi embora para sempre. Ainda nem sei o que te aconteceu. Nem pude dizer adeus. Queria ter me despedido de você uma última vez, de ter te dado um último abraço.

Agora, só nas minhas lembranças. O tempo nos fez mudar por dentro e por fora. Talvez não nos reconheceríamos na rua. Mas pelo menos terei sempre seu rosto na memória, daquele Diogo tão moço, cheio de vida, que gostava de Rock, e de olhar melancólico e bonito.

Estive pensando em te visitar, te levar umas flores e ler essa carta. Pena que você nunca lerá. Porém, de alguma forma, espero que isso chegue até você, onde você estiver.

quarta-feira, 6 de maio de 2015

Tag: Minha vida em 10 músicas


A Larissa linda me indicou para fazer essa tag musical. Já que é assim, fiz e curti. Só foi meio difícil as escolhas porque sou bem indecisa, sabe? Então vai lá.

1. Uma música que lembre um momento bom: Ária, a Rainha da Noite, Mozart
"So bist du meine Tochter nimmermehr."
Ficou bem difícil escolher, tenho tantas candidatas. Então, escolhi uma que fez parte da minha vida, minha infância. Quando eu era criança, adorava música erudita. Desenvolvi esse gosto por mim mesma, minha família nunca foi de ouvir isso. Uma vez, vi um comercial de um carro, e enquanto ele passava, tocava essa música e os vidros ao redor estouravam. Me encantei e comecei a cantar. Quem me conheceu criança vai lembrar de mim "cantando ópera", e eu cantava muito bem, direitinho, só tinha muita vergonha.


2. Uma música que defina sua vida: Teatro dos Vampiros, Legião Urbana
"Sempre precisei de um pouco de atenção
Acho que não sei quem sou
Só sei do que não gosto"
Numa blogagem coletiva do Círculo Secreto, haviam me perguntado uma música que me definisse, e eu escolhi essa. Acho que essa música define bem não só como me sinto por dentro, mas também por fora. Além de concordar com e achar ainda atual crítica social e política dela, acabei relacionando para minha vida, se tornou algo pessoal. Além disso, Legião Urbana marcou minha infância, lembro de mim e minha mãe cantando as músicas quando estávamos no ônibus.


3. Uma música que te faz dançar na balada: Girls Just Wanna Have Fun, Cyndi Lauper
"That's all we really want some fun
When the working day is done
Oh girls they wanna have fun
Oh girls just wanna have fun"
Gosto muito das músicas (na verdade, não só delas) dos anos 80 (e 90 também), e essa me faz ter vontade de sair pulando e dançando na mesma hora que a ouço. É alegre, vibrante e divertida. Como tenho 2 pés esquerdos, não preciso saber dançar, nem dançar "sexymente" para dançá-la. E gosto muito da mensagem que ela traz, é como me sinto, e que eu deveria estar me divertindo mais na vida (talvez eu a tatuasse... rs).


4. Uma música que foi tema de um relacionamento: Equalize, Pitty
"E eu acho que eu gosto mesmo de você
Bem do jeito que você é"
Sabe aquele relacionamento mais feliz que você já teve? Pois é... Bem, ele dizia que sempre que ouvia essa música, lembrava de mim. E aí, ele ouvia, ouvia e ouvia. Depois que ele me disse isso, eu também passei a ouvir por causa dele. E ainda quando ouço, lembro dele. Estava aprendendo a tocar no violão para poder tocar para ele, mas infelizmente não deu tempo.


5. Uma música que sempre te faz chorar: You, Keaton Henson
"If you must die, sweetheart
Die knowing your life was my life's best part
If you must die
Remember your life"
É a música que eu gostaria que alguém cantasse/tocasse/dissesse para mim naqueles meus momentos ruins, enquanto me abraça. A verdade é que sou bem chorona e as últimas que mais me fizeram chorar foram "Autumn Tree", Milo Greene; "I See Fire", Ed Sheeran; e boa parte das do Keaton Henson, especialmente essa. Ele é a mais sublime e doce melancolia.


6. Uma música que seria toque do seu celular: tema de Game Of Thrones em 8-bits

Acho muito foda o tema de GOT e, como gosto de músicas estilo video game, por muito pouco não a coloquei como toque de celular. Acabei colocando a de The Walking Dead, em 8-bits também. Amava quando me ligavam. *hahaha*


7. Uma música que você gostaria de tatuar: Good Day, The Dresden Dolls
"I'm on fire"
Essa é uma música forte, me motiva, me faz me sentir viva e diva. Adoro colocar no último volume e cantar a plenos pulmões. Ela me ajudou muito nos fins dos meus relacionamentos. Tenho muita vontade de tatuar esse verso para sempre me lembrar, na verdade, se eu pudesse tatuaria a letra inteira. E adoro a Amanda Palmer. <3


8. Uma música que te deixa com vontade de ficar com alguém: I Don't Wanna Miss a Thing, Aerosmith
"Don't wanna close my eyes
I don't wanna fall asleep
'Cause I'd miss you, baby
And I don't wanna miss a thing"
Eu não só ficaria, como CASARIA com a pessoa, se ela cantasse (e/ou tocasse) isso para mim. Ficaria toda derretida. Sonho com um pedido de casamento com essa música. Simplesmente linda e perfeita. Então... #fikadika, pretendentes kkkk XD


9. Uma música que você está viciada agora: A Praia, Cícero
"Ela fez melhorar tudo que há
E me levou até tudo que é"
Essa foi difícil, porque há cada semana estou com um vício novo. Quando a ouvi pela primeira vez, escorreu uma lágrima. A letra é pura poesia e o que mais me encanta nela é a melodia, o instrumental. É do novo álbum. Além dela, tenho escutado "Linger", "Zombie" e "No Need To Argue", de The Cranberries; e "Creep", de Radiohead, porque ensaiarei com um amigo.


10. Uma música que faz as pessoas lembrarem de você: Bring Me To Life, Evanescence
"Call my name and save me from the dark"
Evanescence marcou minha adolescência até começo da vida adulta, quando era era uma menina gótica que sonhava em ter uma banda de rock. As pessoas que me conheceram naquela época sabem bem como eu gostava e também me pediam para cantar, além dessa, a "My Immortal" também.

domingo, 26 de abril de 2015

Treze medos de infância


O tema desse mês no Círculo Secreto é sobre os medos de infância, então, o número 13, já que é um número temido por algumas pessoas (não por mim, eu gosto). Acho que era uma criança com poucos medos bobos.

1. Escuro:

O clássico medo de escuro. Não sabia que tive esse medo até  um ex-namorado da minha mãe me contar isso (desconfio dessa informação). Lembro que tinha dormia à meia-luz, mas não lembrava que era por isso, pois não lembro de chorar nem me sentir apavorada.

2. Sombras no teto ou na parede:

Quando me deitava para dormir, enquanto esperava o "João Pestana", ficava observando as sombras projetadas nas paredes e no teto. Via várias formas ~bizarras~ nas sombras (como fazemos com as nuvens, sabe?) Aquilo me assustava um pouco, não o suficiente para me fazer chorar. Talvez tenha alguma ligação com o medo de escuro.

3. Andar de bicicleta:

Morria de medo. Muitas vezes tentei, mas não conseguia me livrar das benditas rodinhas. Até que uma amiga da escola me ensinou na bicicleta dela. Eu tinha 10 anos. Eu consigo, porém precisa ser em um lugar que não passe carro nem muitas pessoas. Tenho medo de andar com uma mão só (que dirá sem as duas! x_X).


4. Me machucar:

É um medo que tenho até hoje. Está ligado com o medo de andar de bicicleta, mas também a qualquer coisa "mais radical", como andar de patins, de skate ou até mesmo qualquer coisa que envolva uma bola.

5. Abelhas ou inseto voando:

Joaninha achada no jardim do meu
pai
Adoro insetos. Isso é amor verdadeiro. Tanto que eu gostaria muito de estudar entomologia e trabalhar com isso. Também acho interessantes outros artrópodes e os cefalópodes. Penso que são tão fascinantes e belos que fazem meu lado ateu duvidar da inexistência de uma divindade (e esta tem grande sensibilidade artística). Porém nunca gostei quando os insetos resolvem me fazer algum ataque surpresa (principalmente baratas). Já me assustei com uma borboleta! *rsrsrs* Depois que vejo que não vai me machucar, fico mais tranquila. Fui picada no rosto por uma daquelas abelhas pretas e amarelas lindas quando era criança. Entra nisso, os marimbondos também.

6. Aquele filme de terror:

Minha mãe sempre foi fã desse tipo de filme, então ela me fazia assistir com ela. Graças a ela, eu adoro também. Ela sempre me dizia que era tudo falso, de mentira, com efeitos especiais e muita maquiagem, logo, não tinha nada a temer. Mas teve ~esse~ filme de terror, que não lembro o nome, nem a história. Só lembro de ter um grupo de pessoas e espíritos de gente morta / demônios numa casa. Numa cena, uma garota levantava a tampa do vaso e tinha a cara de um demônio lá. Eu fiquei com medo de ter um demônio querendo a minha pepeca quando eu fosse no banheiro, então eu sempre olhava antes. *kkkkkkk XD*

7. Filme "O Exorcista":

Minha avó não deixava a gente ver filme de demônio (mas às vezes a gente assistia mesmo assim). Isso já foi mais adolescente. Só vi o começo desse filme e nunca pretendo assisti-lo por completo. Não é pela menina virando a cabeça e etc, é pelas imagens de demônio que piscavam entre as cenas. Aquilo ficava na minha cabeça, as via quando fechava os olhos. E ainda acontece.


8. Vacinas e exames de sangue:

Odeio e tenho medo até hoje. Mesmo depois de velha, já cheguei a chorar para tomar vacina; e já desmaiei depois de tirar sangue. Só não era ruim quando minha mãe tirava meu sangue (ela trabalhava com isso). Quase sempre que vou tirar sangue, me furam mais de uma vez. :(

9. Emetofobia:

É o medo de vomitar. Tenho-o desde a infância. Piorou depois de velha. Sempre verifico se a comida está boa, na validade, e etc. Se alguém está passando mal, me afasto (*desculpa... ú.ù*). Teve uma época que evitava comer o alimento "do mal" (ou simplesmente não comer); até não conseguia dormir e chorava; não podia nem falar ou ouvir a palavra, que dirá ouvir histórias (porque ficaria pensando e imaginando). Hoje, já consigo falar e ouvir sobre, contudo as evito. Serviu para aumentar minha lista de motivos para não engravidar; ou para não beber, embora hoje em dia eu goste muito de encher a cara, porém sempre evito chegar nesse nível, Há 13 anos não passo pela experiência. E pretendo continuar assim. Prefiro ter 3 dias de diarreia. E se eu for vomitar, preciso de alguém do meu lado para me dar apoio moral, psicológico e emocional.

10. Me perder da minha família:

Só aconteceu uma vez, quando estávamos fazendo compras no supermercado. Comecei a chorar. *haha*

11. Minha avó:

Era um dos meus maiores medos. Ela era o bicho! *hahaha* Brincadeiras à parte, tive uma educação rígida e bem opressiva, logo, sou uma adulta com vários bloqueios, e sinto na pele diariamente. As consequências dessa educação me afetam em demasia. Se bobear, ainda tenho medo dela até hoje, mesmo depois de ela estar morta há mais de 3 anos. Não é a toa que faço terapia. Eu realmente preciso se eu quiser viver melhor.

12. Tirar nota baixa:

Está ligado ao medo que tinha da minha avó, porque se eu não tirasse nota boa, eu apanharia.  Mas sofri muito bullying na escola, por ser magra, por ser esquisita... Logo, eu tinha que ser boa em algo para melhorar minha autoestima e a maneira que encontrei era sendo CDF. Eu chorava quando tirava nota baixa.

13. Meninos:

Quando era bem pequena, dizia que nunca namoraria nem casaria, que queria ser freira porque não gostava de meninos. Contudo, é outro medo ligado à minha avó. Ela raramente me deixava ir para casa de amiguinhas; e dizia para nunca ficar sozinha com um menino (ou homem) ou deixar um me tocar, pois eles poderiam fazer coisas terríveis comigo, como pegar nos meus peitos (que eu nem tinha na época) ou nas minhas partes íntimas, e sabe-se lá o que mais! Me surpreende não ter virado lésbica, eu já tinha essa fama no colégio. *kkkkkk XD*


[edit 28.04.15]
Esqueci de um medo que era um dos maiores que eu tinha, como pude esquecê-lo??? Então são 14 agora, fica de bônus. XD
[/edit]

14. Ficar negra:

Não me importava em brincar com crianças negras, mas morria de medo de ficar negra. E eu gostava muito de piscina, logo, eu era bem bronzeada (graças à minha ascendência indígena, não sou bem branquinha e pego cor rápido), então sabendo do meu medo, alguém sempre me zoava e eu caia na pilha. Eu não gostava de feijão preto porque achava que me deixaria preta se comesse! hahaha Isso começou a sumir com uns 9 anos.



Esse post faz parte da blogagem coletiva do Círculo Secreto das Bruxas Blogueiras, um coven secretíssimo que reúne só as mais poderosas bruxas da antiga blogosfera. Fique de olho nos blogs participantes. Corvos estão voando e cartas estão sendo entregues.

quarta-feira, 15 de abril de 2015

Teve Lolita sim no Esquenta!

Lolitas no Esquenta! (12/04/2015)

No dia 12 de abril (domingo), foi ao ar o Esquenta! abordando cultura pop japonesa, com a participação de Lolitas - eu e minhas amigas, Morgana (Hime Lolita), Kassia (Gothic Lolita), Priscilla (Sweet Lolita), Roberta (Gothic Lolita) e Gabriella (Sweet Lolita). Deixei para postar depois de ver o resultado final.

Como aconteceu:

A produção do programa contactou a Kassia. Assim como eu e outras meninas, ela já está na cena lolita há algum tempo, e já havia participado do Encontro com Fátima Bernardes. Então, divulgou no grupo do FB. A produção pediu para não escolher as mesmas meninas do outro programa.

Tivemos que mandar uma foto do outfit que usaríamos no dia. O que tinha escolhido era um classic. Eles recusaram porque acharam que não estava suficientemente lolita. MAS OI???! Então quer dizer que eles sabem mais de Lolita que eu, que já estou nisso há anos? A Kassia explicou para eles, mas de qualquer forma, tive que trocar o outfit, e acabei com o punk. Acho que eles queriam algo mais chamativo, diferente, sei lá.

O dia da gravação:

Tivemos que acordar bem cedinho, eu ainda tinha muitas coisas a fazer antes de ir. Cada menina teve um motorista para buscá-la em e levá-la para casa.

Chegando lá, já começamos os preparativos. Tivemos um camarim, alguém para passar nossas roupas, almoço e sobremesa (que estavam muito bons por sinal), e 2 maquiadores - um era ruim e acabei ficando com ele. Muito azar... A maquiagem ficou meio bosta, ele não fez o que pedi, sujou meu cabelo e minha blusa (que era a do outfit) de base... Conclusão: tive que fazer boa parte da maquiagem e acabei bem atrasada. Fiquei desesperada e até rolou uma lágrima. Mas tudo bem, no fim, deu tudo certo.

Uma moça da produção fez um ensaio conosco. Eram perguntas que a Regina poderia nos fazer. Foi bem mais legal, todas as meninas falaram um pouco. Era mais como uma conversa do que uma entrevista.

Na hora de gravar, não levamos nem celular. Só a Priscilla levou, porque escondeu nos peitos. *kkkkk XD* Então, quase não temos fotos. Mas conseguimos tirar foto com a Regina e o Mumuzinho no final.

Foram umas 5 horas de gravação, fora todo o tempo de preparação. Começamos às 10h da manhã e só paramos às 21h!

A entrevista:

Nossa entrevista bem rápida. A Regina não fez metade das perguntas que ensaiamos, não foi tão legal como o ensaio. Apenas a Kassia e Priscilla falaram. Teria sido legal se todas tivessem falado um pouquinho, tínhamos tanta coisa legal e curiosa para contar (por exemplo, como é ir ao banheiro vestida assim) e não apenas ficado de enfeite - afinal, foi uma baita preparação para que tudo ficasse perfeito.

Falamos nossos nomes e onde moramos. Então, a Regina fez uma observação: com exceção de uma, todas eram da baixada e do subúrbio do Rio. O Arlindo perguntou se alguma já tinha ido vestida assim para um motel, e a Kassia respondeu "sim". *ahaha* Ela também falou um pouco sobre Boy Style, que o figurino de alguns assistentes tinha muito a ver com o estilo. E tudo que escrevi nesse parágrafo foi cortado.

No fim, mostramos as anáguas foi para quebrar um pouco o clima, já que o programa tenta passar descontração.  

E depois?

Divulguei no FB, avisei para os amigos e família. No dia de ir ao ar, vi o programa na casa de uns amigos. Quando chegou nossa parte, a tevê queimou! D: Tive que ver depois.

Sabíamos que muito seria cortado, e estávamos com medo disso. Estriparam nossa entrevista sem dó nem piedade. De 10 - 15 minutos para apenas 3 ou menos. E foram uns cortes bem tristes. Cortaram a observação legal e mais válida que a Regina fez. A maioria das lolitas não é rica, mas não é porque Lolita não é uma moda barata que não vamos fazer o que gostamos, né? Estudamos, planejamos, fazemos as próprias roupas, juntamos dinheiro, adequamos e reaproveitamos o máximo que podemos para termos algo digno.

Ficamos meio chateadas por terem dado mais foco a outras coisas que não tinham tanto a ver com o tema do programa.

Apesar de bem cansativo, foi bem legal e divertido (até me arrisquei sambar! hahaha). Não ganhamos nenhum dinheiro, mas pelo menos tivemos um camarim, motoristas, maquiadores, almoço, sobremesa... O pessoal da produção e os assistentes de palco eram supersimpáticos e nos trataram muito bem.

Num geral, as pessoas parecem ter gostado da nossa participação, só reclamaram mesmo dos cortes e das coisas sem noção do programa. Algumas tretas - não muitas - já estão aparecendo (não vou falar delas u.u), quase todas fora da cena lolita.

Embora eu não curta o Esquenta!, gostei de ter participado. Foi algo diferente, nunca tinha participado de um programa. Ganhei pontos de XP. *hahaha XD* E estou feliz com a repercussão, principalmente na cena lolita.






Antes, durante e depois da gravação.



  • Peruca: Bodyline
  • Lentes: Max Elegance Tri-Tone Red (HoneyColor)
  • Blusa: Renner
  • Saias: handmade
  • Meias: offbrand
  • Botas: Black Frost
  • Acessórios: offbrand

quinta-feira, 26 de março de 2015

Blogagem Coletiva: A Iniciação

[We Heart It]

Há pouco tempo, fui convidada pela Larissa para participar do Círculo Secreto das Bruxas Blogueiras. Fiquei bem feliz de ela ter lembrado de mim (já que nunca fui muito de postar e comentar) e ter me convidado para fazer parte disso.

Esse post é especial, o nosso ritual de iniciação - o primeiro post de muitos que virão do grupo. Cada bruxa criou perguntas para sua parceira sorteada fazer. Minha dupla foi a Mariana, do blog Entorpecendo.com.

Mas putz, que perguntas difíceis! *hahaha* Tive que pensar bastante nas perguntas, e como sou muito indecisa, foi meio difícil, mas eu gostei. Eis as perguntas dela e minhas respostas.

1. Como você se definiria? Qual música você acha que te representaria? Por quê?

Isso era perguntas separadas, porque uma tem relação com a outra.
"Sempre precisei de um pouco de atenção. Acho que não sei quem sou, só sei do que não gosto." ~ "Teatro dos Vampiros", Legião Urbana.
Esse trecho de "Teatro dos Vampiros" me define perfeitamente. Primeiro: sou meio forever alone mesmo e não tenho vergonha de dizer. Sempre me senti carente e sozinha. Tem muito a ver com a forma que fui criada, minha história de vida. É uma questão interna que tenho tentado melhorar.

Segundo: de fato, não sei ao certo quem sou. Acho sou uma pessoa doce, bem tolerante, que fala alto, às vezes, ingênua. Tento ser transparente e honesta. Sou perfeccionista, porém, ansiosa e procrastinadora. Odeio injustiça e hipocrisia. Por isso, meu lema seria "não faça com os outros o que você não gostaria que fizessem contigo". Sempre que crio um personagem de RPG, coloco código de honra. *ahahaha XD* Além disso, me considero assexual, mas meus últimos envolvimentos românticos não acham isso, me disseram que sou intensa, o que até faz sentido para mim, já que como tenho carência, acabo me envolvendo rápida e profundamente. Mas tenho muita dificuldade para desapegar.

Terceiro: Sou muito indecisa. Meu nome poderia ser Stephanne Regina Vital Indecisão. *oi, sou a Rainha da Indecisão hauhauaha XD* Mais fácil me perguntar o que não gosto. Acho que isso é o mais marcante em mim.

2. Qual é o teu pior defeito?

Talvez minha indecisão, minha procrastinação ou ansiedade (essa tem me fodido bastante :<).

3. Qual é a tua melhor qualidade?

Talvez meu senso de justiça e honestidade.

*sdds tio Ben... kkk XD Peter Parker
feelings*
4. O que você nunca perdoaria?

Não sei dizer, mas algo muito injusto, muito perverso. Principalmente com aqueles que amo. Obviamente, se alguém matasse ou machucasse de propósito quem gosto, dificilmente perdoaria.

5. O que você faz quando ninguém te vê fazendo?

Sabe que não sei? Talvez sentar de pernas bem abertas, principalmente de vestido ou saia... AH! Tirar selfies. Não gosto muito de tirar com pessoas por perto. Acho meio constrangedor. *hahaha*

6. Gostaria de vivenciar alguma década anterior à que você nasceu? Se sim, qual e por quê?

Quando era mais nova, acreditava que tinha nascido na época errada. Hoje penso que estou na época certa, para ser mulher. Não gostaria de ser mulher dos anos 70 para baixo. As mulheres de agora conquistaram muitas coisas, possuem mais liberdade. E ainda há muito para se conquistar...

Mas ignorando isso, como homem ou mulher, eu gostaria de ter vivido na Era Vitoriana / Eduardiana, até a década de 20. Porque gosto muito das estéticas e das modas desse período - aí, penso em Steampunk, que é um amor meu não correspondido -, e também um pouco da educação e dos costumes. Muitas coisas estavam sendo descobertas e criadas também. E os movimentos artísticos e literários...

7. Gostaria de ser protagonista de alguma história? Se sim, qual?

Quando era criança, queria ser uma das irmãs Sanderson, de "Abracadabra". Eu adorava o filme e as bruxas. Depois, já adolescente, Sakuya, de "Tenchi Muyo!"; e Ai-chan, de "Video Girl Ai". Mas hoje, acho que gostaria de ser a Carol, de "The Walking Dead", ou o Will Graham, de "Hannibal".

Will Graham, de "Hannibal".

8. Se você tivesse a oportunidade de passar um dia com algum de seus ídolos, qual deles você escolheria?

Tilo Wolff (junto com a Anne Nurmi, se possível): Um amor da minha adolescência e fase gótica. Sempre fui apaixonada por Lacrimosa, mesmo quase não ouvindo mais. Eles são muito divos e virtuoses.

Edgar Allan Poe: Outro amor da minha adolescência e fase gótica. Sou apaixonada por ele, tenho feito uma coleção de coisas relacionadas a ele, tenho alguns livros e até uma blusa. (Mas ele morreu há muito tempo... :()

Tietando o Cícero.

Cícero: Um cantor de folk rock / indie brasileiro (será que posso chamar assim? hahah). É um amor recente, de menos de um ano, que foi capaz de me transformar pela primeira vez em tiete: já fui no show, peguei autógrafo e tirei foto; e buguei quando o vi passar tranquilamente do meu lado na praça de alimentação, eu não tava acreditando, acabei deixando passar a oportunidade de tirar outra foto com ele e tascar-lhe um beijo. Ah, se arrependimento matasse...

9. Existe alguma pessoa que te serve de inspiração? Se sim, quem?

Inspiração? Não sei, acho que ninguém ultimamente. Tenho muita admiração pelo Steve Jobs, por ele ter sido um grande visionário e empreendedor; pelo Keanu Reeves, pela sua história de vida, simplicidade e generosidade; e a diva da Angelina Jolie. <3

10. Se você pudesse escolher ter um superpoder, qual seria?

Gostaria de ter alguma habilidade psíquica ou mental, como clariciência, clarividência ou premonição, junto com precognição artística. Ou poder absorver poderes, habilidades e etc. E gostaria de usar meus poderes para ajudar as pessoas, principalmente junto com a polícia. *me sentindo a própria Allison DuBois... kkkk XD*

[Pinterest]

11. Se você pudesse escolher ser uma criatura mitológica, qual seria?

Uma kitsune, do folclore japonês. É uma criatura inteligente, sábia, linda e diva. Pode ter até 9 caudas, e quanto maior o número, mais velha, sábia e poderosa ela é. É um tipo de youkai (mas podem ser consideradas como divindade), que pode ser bom ou mau. Pode assumir forma humana, possuir, gerar fogo, criar ilusões e 1001 utilidades. Tenho um grande fascínio pelas lendas sobre ela.

12. Qual é o sentido da vida pra você?

Acredito que o sentido da vida é como diz Umberto Eco: "As pessoas nascem sempre sob o signo errado, e estar no mundo de forma digna significa corrigir dia a dia o próprio horóscopo." Está em viver dignamente e fazer algo que nos faça sentir realizados, pois é um ciclo. Apenas é preciso encontrar aquilo que nos realiza, e isso deixará a vida mais digna, pode ser até mesmo saber fazer o melhor bolo de cenoura.

13. Acredita na existência de uma força superior?

Copiando aqui a resposta da Larissa, porque é exatamente o que penso. *hahaha*
Parafraseando a Fernanda, "eu não acredito em Deus mas acredito em horóscopo". É uma das contradições da minha vida. Então acho que não me consideraria atéia, e sim agnóstica teísta, que não desconsidero totalmente a possível existência de um deus ou qualquer coisa semelhante. Não vou bater o pé e dizer que não existe e ponto, então... Não chego a acreditar, mas VAI QUE.
Ao mesmo tempo que não acredito em nada, acredito em alguma coisa (seria um paradoxo? *rsrs*). Muitas vezes me declaro ateia só para não ter que explicar o que é agnóstica teísta, porque quero evitar a fadiga. Simpatizo com o ateísmo, mas ainda queima em mim a vontade de ser voltar a praticar a religião que sempre fez meu coração fazer tu-tum. Sempre tive uma queda por ocultismo, bruxaria e paganismo.

14. Você é a favor da legalização do aborto? Por quê?

Sim. Porque as mulheres não devem mais ter que recorrer à clandestinidade e arriscar a vida. Isso reduziria a mortalidade nesse tipo de procedimento. Obviamente, teria que haver leis para regulamentar. Mas principalmente mudar o pensamento das pessoas, seja por causa do preconceito, pela falta de informação e orientação. E só se faz isso com a educação.

15. Você é a favor da legalização da maconha? Por quê?

Talvez não. Porque podem engatar a legalização das outras drogas. Sabendo como o Brasil é, me dá um certo medo. Muitos dos usuários podem ser um perigo, também incluo nisso os alcoólatras. Sei muito bem como é conviver com um usuário. Por isso, sou a favor da internação obrigatória. Como falei na questão anterior, é preciso educar e informar melhor as pessoas.

16. O que mais te irrita em nossa sociedade atual?

Olha, é tanta coisa... Essa corrupção toda; custo de vida muito alto; impostos e mais impostos; o descaso, tanto pelos governantes, quanto pela população; o preconceito de várias formas; burocracia. Há uma porrada de lei inútil, e, as que prestam, não são aplicadas. As leis precisam muito ser revistas, e praticadas. É muito desgosto... :(



Esse post faz parte da blogagem coletiva do Círculo Secreto das Bruxas Blogueiras, um coven secretíssimo que reúne só as mais poderosas bruxas da antiga blogosfera. Fique de olho nos blogs participantes. Corvos estão voando e cartas estão sendo entregues.